sexta-feira, 6 de junho de 2014

AMAMENTAÇÃO, ATÉ QUE PONTO?

Hoje, novamente estou a cá no muro das lamentações kkkkkkk...

Desde que descobri a alergia alimentar do João, a coisa ficou caótica. Dieta, "dedetização" da cozinha, dos utensílios, etc... Fiz tudo, restringi tudo, na realidade fui até meio xiita de tão radical. O ponto é que mesmo com todos os esforços a coisa não funcionou. Se o caso fosse só o meu sacrifício, honestamente acho que estaria disposta a enfrentar, mas não adiantou. Era choro pra mamar, mamando e após mamar. Vômitos, cólicas, irritabilidade e o ganho de peso continuava caindo - resultado: fórmula especial.

Aí comentei esse fato em um grupo do face de qual participo e fui duramente criticada com comentários: "acreditamos que só a dieta estabiliza", "só ganho de peso não é importante, importa é a saúde, não peso", "bebê gordo não é sinal de saúde", "nem todos o bebês tem o biotipo pra ganhar peso sempre", "dá suplemento vitamínico que fórmula não nutre", etc.

Ok, eu fiz o comentário no grupo errado, já que era grupo voltado exclusivamente para amamentação, mas foi uma coisa que me levou a pensar. Até que ponto a amamentação deve ser levada a ferro e fogo? Olha, concordo plenamente que cada bebê é único e possui biotipo exclusivo, que bebê gordo nem sempre é saudável, que a dieta pode sim estabilizar as reações alérgicas, mas que fórmula não nutre? Aí já é demais e chega a ser um argumento ridículo.

Imaginem o que seriam das mães que por algum motivo não podem amamentar? Teriam bebês subnutridos? Ah! Não, pois é só dar suplemento vitamínico. Afff... Pelo amor, desde quando suplemento supre as carências de nutrientes? Eles servem como auxiliar aliados a uma alimentação adequada. Ok, eu poderia aliá-los a amamentação, mas até quando eu vou ter que esperar a dieta fazer efeito e ver meu filhinho sofrer e esperar ele perder peso para daí eu ter um bom motivo pra recorrer à bendita da fórmula?

Até quando vamos viver um faz de conta? Até quando, mesmo em situações como a minha, médicos, sociedade, amigos, familiares vão enfiar a marteladas na cabeça das mães que só pode dar o peito? Fazê-las se sentirem mal, fracassadas, incapazes só porque oferecem outro leite ao bebê que não o materno?

A maioria das mães oferece leite artificial para os seus filhos por algum motivo, não por um  simples capricho ou por ser muito mais fácil, o que a meu ver não é, já que preparar a mamadeira de madrugada pra mim é um saco e esterilizar então? E mesmo se fosse por pura opção da mãe, qual o problema? O filho é dela, a vida é dela e cada uma sabe de si. Opiniões são toleráveis, críticas são dispensáveis.

Ah! Mas leite materno previne alergia. Tudo bem, mas o que mais eu vou ter que cortar pra obter a estabilização, os pulsos? É melhor uma mãe fraca, doente, estressada, culpada e preocupada a uma fórmula infantil? Estou com minha consciência tranquila, pois sei que fiz o que pude, ultrapassei todos os meus limites, chorei, pedi pra Deus me mostrar onde errei, não descobri, então transferi todo meu amor para a mamadeira e ainda assim tenho certeza que terei um bebê feliz.

Leite materno é ótimo, mas não é garantia de cura de doenças e muitos bebês criados no leite em pó são muito saudáveis e se curaram de alergia igual.

Vamos nós eu, João e a mamadeira muito felizes!

Um comentário:

  1. Aline, é bem isso! odeio esses radicalismos! A mãe tem que estar bem pra cuidar da criança! Você tem passado uma barra enorme (sinceramente, eu dou graças a Deus que não passei por isso, porque tenho certeza que não teria metade da sua força de vontade pra segurar a amamentação). Precisa estar bem, se alimentar, se sentir forte. Não acho que balança é altar, eu mesma decidi diminuir a quantidade de complemento da Luísa e deixá-la mais tempo no peito, mas você tomou a decisão correta. Seu filho precisa se alimentar bem e você precisa estar bem pra cuidar dele. Tem argumentos que, como você disse, de tão ridículos, não dá nem pra comentar.
    Beijos pra vocês!

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